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  • Regina Menezes Loureiro

Não sei como se conseguia arrumar toda a bagagem e aguardar a hora de voltar. Crianças e adultos. Adultos e crianças.

Férias na Fazenda Primavera num se esquece.

As pessoas, os animais as plantas, tudo numa sucessão de visões e deslumbramentos.

Cada tipo com suas especialidades e características. Uns tímidos, outros falantes iam se sucedendo. Era um desfile permanente em frente à Casa de Pau, única loja das redondezas, onde se encontrava de tudo mas se deixava sempre registrado um cordel de ingênuos e coloridos documentários orais.

A Casa de Pau foi estrategicamente construída. Independente do lado que se viesse lá estava ela a nossa espera. Branca com telhados vermelhos recebia a todos de portas abertas.

Mestre Jaime era frequentador diário da Casa de Pau. Muito animado chegava sempre pela hora do almoço. Filho do Coronel Aristides possuía um sítio bem cuidado e se esmerava no cuidado de seus cavalos. Preparava com mestria a montaria com arreios sempre novos e lustrosos e não esquecia de ajustar as ferraduras usando instrumentos bem ajeitados. Falava muito, alto e rápido. Tinha sempre muitas histórias para contar e por isso sua chegada era logo anunciada e trazia alegria para as crianças que logo se juntavam no terreiro. Andava quase sempre sozinho a ruminar pensamentos em companhia de seu cavalo de estimação. Tão alto que seus pés encostariam ao chão se a montaria não fosse de porte. Amigo de todos corria os arredores em busca de aventuras a fim de defender os fracos, lutar pela justiça, desagravar damas e donzelas. Estava sempre disposto a ajudar em nome de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Amém.

Agradava as crianças que se encantavam com as histórias e a figura daquele “Dom Quixote” capixaba.

Estava sempre em atividade física e falante.

Era um grande homem de negócios.


  • Regina Menezes Loureiro

Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Possui potencialidades ainda não exploradas e/ou desconhecidas pela maioria da população. Seu povo não sabe o valor que tem e por isso sofre desigualdades históricas, necessidades urgentes que precisam ser atendidas.

Politicamente o Brasil tem se debatido entre pressões externas, políticas econômicas equivocadas e sucessivos programas de governos. Não consegue resolver problemas que já vislumbram possível convulsão social que pode nos levar a maiores sofrimentos e privações.

Há alguns anos temos um pouco de tranqüilidade por vivermos com uma moeda forte, sem inflação mas sentimos necessidade de acertos estruturais ainda pendentes mas há muito conhecidos. O fortalecimento das instituições, a valorização do homem como elemento decisivo para o fortalecimento desta Nação são medidas urgentes que devem ser tomadas. A recuperação de nossas escolas, investimentos para melhorar saúde do povo e um programa habitacional sério devem constar das plataforma política de todo candidato que deseja governar com vistas em soluções dos problemas sociais que vivemos.

Este será o primeiro passo para o resgate da cidadania do povo brasileiro.

Não me mudaria do Brasil. Conheço outros países, outros quero conhecer, mas nada me faz mudar a convicção. Este é o meu país. Até porque acredito que sou responsável pelos problemas que aqui estamos vivenciando, hoje e pelas soluções que devemos encontrar. Invisto na importância do trabalho responsável de cada um e na força de nosso saber para incrementar mudanças.

Sou brasileira. Nunca outra serei a não ser brasileira. Em qualquer parte do mundo que estiver levarei estampado em meu rosto traços característicos de minha raça, a língua falada por meu povo, a cultura construída por meus antepassados. E quanto mais eu valorizar a minha gente, quanto mais eu bradar que sou o que sou, mais serei valorizada e respeitada pelos meus interlocutores.

É uma questão de sobrevivência.

Diz o “Aurélio” que nacionalismo é exaltação do sentimento nacional, preferência marcante por tudo quanto é próprio da nação à qual se pertence; patriotismo. E ainda, uma política que reivindica para um povo o direito de formar uma nação. Neste sentido eu me incluo entre os nacionalistas. Acredito na supremacia de uma nação pelo povo que ela tem.

Amo o meu País. Gosto de ser brasileira. Mas como cidadã do mundo coloco os interesses da humanidade acima dos interesses da minha pátria porque sei que não há mais como separar Brasil e Mundo, homem e universo. Em época de globalização qualquer problema deve ser tomado ou computado por inteiro, integral, total. Mac Luhan já considerava o mundo uma aldeia global onde teatros de operações se estendem em contínuas e sucessivas ondas atingindo povos e nações desenvolvidas ou não. Hoje um caso amoroso de um presidente derruba as Bolsas de Valores do mundo inteiro causando insegurança e intranqüilidade a povos e governos. O fracasso da política econômica russa não causa menor estrago.

Amar o Brasil é condição indispensável para sua sobrevivência com cidadão do mundo. Não existe pátria sem você e você nada será sem sua pátria

  • Regina Menezes Loureiro

Os romeiros sobem a ladeira,

a ladeira da Virgem da Penha.

Vão deixando pelo caminho,

as rezadeiras,

culpas, pecados, dores, tristezas, mil.

Fieiras de luz faiscante

de velas em mãos peregrinas

iluminam corações, de insones romeiros

que rezam, desfiando as Ave Marias,

com fé, em rosários de lamentações.

Bem no alto do morro,

pés descalços, caminhantes,

lá chegam em procissão,

confiantes.

E as dores das feridas, as muletas,

se misturam com o pó pelo chão.

Todos cantam, todos rezam

e o estandarte estremece no mastro.

Mãos postas a rezar. Os romeiros lá se vão.

E todos em uma só voz:

Ó! Virgem da Penha

tenha piedade de nós.

Ó! Virgem da Penha

Humildemente eu lhe peço perdão,

muita saúde

muito dinheiro no bolso,

riqueza, milhão.

Na igreja os sinos repicam, e

por entre altares de ouro ornados,

flutuam os romeiros, cantando

seu canto, sobre a pedra fincados.

A todos deixam a imagem

de fé, amor, caridade

entoam hinos e de fé

todos irmãos, irmanados...

E ao pé da pedra não há reza:

é pinga, cerveja é forró.

E Jesus lá da cruz abençoa,

crucificado, pelos olhos da Mãe repetia:

- Pai! Perdoai a todos!

De todos Senhor, tenha dó!

Eles ainda não sabem,

são pobres, carentes,

doentes,

não sabem o que fazem.

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