O PÁSSARO E A FERA
- Regina Menezes Loureiro
- 16 de out. de 2020
- 1 min de leitura
A rua estava deserta! A caminhada ainda não acabou. Nas asas do pensamento sigo em busca de meus sonhos.
É preciso procurar logo o céu além das nuvens, buscar a amplidão do horizonte...
voo em busca de minha alma e penso em você, enquanto acalento versos de amor.
Em minha frente o infinito pede passagem. Não quero questionar o que passou. Quero eternizar o amanhã.
O mundo todo vai se abrindo a cada passada minha.
Sou feliz. Não quero chegar ao fim da jornada. Levanto os olhos e vejo a amplidão.
Uma vida inteira...
Rua deserta em dia de domingo, brisa brincando em meu corpo, aragem que traz juras de amor, pássaros estão tão perto!... e a lembrança de sua presença quente e verdadeira.
Vejo um jovem caminhando, ainda longe, mas vinha em minha direção.
A rua deserta, e tudo virou cinza, nublado.
Senti a boca seca.
Pensamentos desencontrados, desconhecidos, mistério...
Ficou só a certeza do meu caminhar.
Conferi a retaguarda. O sol, o momento, o estridular das cigarras, luzes, sombras.
Reduzi o ritmo das passadas. O sujeito estava agora ao meu lado.
De repente ele começou a gritar:
- Quero “cumê”! tenho fome! Um trocado pelo amor de Deus!. Quero pão, café... Quero dormir, preciso de tudo...
Com a sua caminhada de infernal gritaria, acordava toda a vizinhança.
De repente, toda a selvageria se dissipou e um gesto de amor surgiu e um grito de compaixão pairou no ar.
- Achei um canário no chão da calçada! Está machucado!
Com a mão em concha, delicadamente protegia a ave.
Nova luminosidade no olhar, nova beleza no mundo e mais amor no coração do homem!
A fragilidade do pássaro humanizou a fera!
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